segunda-feira, 25 de junho de 2012

Açúcar e etanol 'somem' das exportações de Ribeirão Preto

Reconhecida informalmente como capital da principal região sucroalcooleira do país, Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) já não tem mais nenhuma usina de açúcar e etanol no município. A última remanescente foi a Galo Bravo, que deixou de operar em maio do ano passado depois de uma história recente marcada por polêmicas e dificuldades. O que os dados da balança comercial de Ribeirão também revelam é que os dois principais produtos que saem das usinas, o açúcar e o álcool, também já não aparecem na pauta das exportações do município.
Números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que, em 2011, açúcar e álcool não apareceram na lista dos 40 principais produtos exportados por Ribeirão.
Cinco anos antes, em 2006, os dois produtos, somados, haviam rendido à cidade US$ 228,5 milhões em vendas para outros países (veja quadro abaixo).
Mais do que o simbolismo, já que a cidade se intitula "capital do agronegócio", o fim das usinas em Ribeirão Preto e também o sumiço dos produtos da pauta de exportações estão estreitamente ligados às mudanças que o setor, de forma geral, enfrentou nos últimos anos.
O fechamento da Galo Bravo, por exemplo, foi o último capítulo de uma novela que se agravou com a crise de 2008, que levou à lona usinas com problemas financeiros.
Antes do fim, a Galo Bravo já tinha sofrido paradas na produção e até passado por uma troca turbulenta de comando, quando foi assumida pelo empresário Ricardo Mansur, das extintas redes Mappin e Mesbla.
Por outro lado, foi a mesma crise de 2008 que acelerou o processo de internacionalização do setor, com a entrada de companhias de capital estrangeiro que assumiram o controle de usinas.
Nomes como Louis Dreyfus Commodities, Bunge, Tereos e Cargill, entre outros, fortes em vários segmentos agrícolas, tornaram-se comuns também no sucroalcooleiro.
Passados quatros anos desse boom de entrada de capital estrangeiro, especialistas da área afirmam que os resultados foram mais positivos do que negativos para a economia local.
Marcos Fava Neves, docente titular de estratégia da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, e coordenador do Markestrat, diz que a entrada de capital se refletiu diretamente na economia local, com a injeção de dinheiro que movimentou desde a construção civil a novos negócios e empreendimentos comerciais.
O ponto negativo, segundo ele, é que a internacionalização também fechou postos de trabalho. Escritórios administrativos de empresas foram transferidos para São Paulo ou outras cidades.

ENTRA E SAI
Figura ativa no processo de internacionalização do setor, o empresário Maurilio Biagi Filho afirmou que a troca no comando de usinas não causou reflexos ruins para a economia regional. "Os empregos [nas usinas] continuaram, tudo aconteceu sem que a economia sentisse." Em 2009, o grupo Moema, presidido por Biagi, vendeu suas seis usinas à Bunge.
Em sua avaliação, diante da situação de crise atual, com queda na oferta de cana e prejuízos, os grupos estrangeiros estão conseguindo suportar mais facilmente a situação, com capital externo.
Por outro lado, quando tudo se estabilizar, a tendência é que o lucro das usinas de capital estrangeiro siga o caminho contrário, rumo ao exterior. "É a regra do jogo."

SUBSTITUIÇÃO
Na pauta de exportações via Ribeirão Preto, o açúcar e o álcool deram lugar a outros produtos agrícolas e também industriais. No topo dos principais itens vendidos ao exterior no ano passado apareceram sementes de forrageiras, estanho e equipamentos usados na odontologia. O principal baque nas exportações de açúcar e álcool em Ribeirão foi registrado em 2009, com o fechamento da Crystalsev, comercializadora, principalmente, de produtos da Santelisa Vale.
Depois que o grupo foi incorporado pela francesa LDC (Louis Dreyfus Commodities), a Crystalsev deixou de operar. Antes, ela comercializava o açúcar e o etanol das cinco unidades da Santelisa, além de outras empresas.
Embora o açúcar e o álcool tenham deixado de ser exportados via Ribeirão Preto, os produtos continuam sendo os carros-chefes da região. Na avaliação do representante da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) na região de Ribeirão Preto, Sérgio Prado, a entrada de capital estrangeiro no setor foi importante para manter na ativa e recuperar usinas que estavam em situação crítica.

Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/economia/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=8861

Um comentário:

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